3º) Edmundo Xavier Bicca - 1986-1989
Edmundo levou algum tempo para se consolidar, mas quando aconteceu... Na verdade, poucos tiveram a biografia pessoal confundida com a do clube tanto quanto ele. Jogador e clube cresceram juntos na busca dos objetivos.
No Altos desde 1986, estreou em jogos oficiais fazendo dois gols. Mas o clube ainda se estruturava e não subiu naquele ano e nem em 1987, talvez o mais difícil, quando o atleta começou a ser utilizado com mais frequência na meia, em vez da ponta-esquerda. Embora custasse o lugar na equipe em alguns momentos, o aprendizado valeria a pena.
Em 1988, no título da Segundona, Edmundo começou na reserva, mas logo recuperou a camisa 11. Foi um campeonato difícil, mas, como o clube, o jogador perseverou e seus gols foram decisivos. Como o que abriu a goleada de 3 a 0 sobre o Ypiranga, que valeu a conquista da Divisão Especial. Com Daltro Menezes no comando, o antigo ponta tornava-se, cada vez mais, um meia avançado. Enfim, encontrava o seu lugar.
O 1989 seria ainda melhor. Beneficiado pela companhia de Branco, tornou-se o maior jogador da campanha no Gauchão. Terminou artilheiro do time e um dos melhores do campeonato. Então, veio a hora do adeus: após quatro temporadas no clube, o convite para defender o Inter. Deixava o Altos da Glória com 21 gols e como o atleta que mais vezes atuara pelo clube.
No Beira-Rio, Edmundo recebeu poucas chances e sofreu com a fase ruim do Colorado. Teria novo bom momento no São Luiz, vice da Copa Governador em 1991. Defendia esse mesmo time em 1993, quando, em fevereiro, afogou-se em uma barragem próxima a Ijuí. Seu desaparecimento precoce foi lamentado por todos e mais ainda em Vacaria, onde viveu a melhor fase da carreira e definitivamente fez história.