terça-feira, 15 de novembro de 2011

Parabéns, Glória!

O 15 de novembro não é apenas mais um dia para o torcedor vacariense. Hoje, o Grêmio Esportivo Glória comemora 55 anos de existência, o Jubileu de Ametista de sua trajetória no futebol, iniciada por aquele grupo de jovens esportistas em 1956.

Verdade que a festa poderia ser maior. Partindo para mais uma temporada na Segundona, o clube enfrenta o desafio de retomar as vitórias sob novas premissas. O tempo dos fartos investimentos parece extinto. Hoje, um projeto viável exige planejamento, que deixe de lado o voluntarismo, priorize a formação de atletas e busque uma integração mais sólida com a comunidade. E a construção dessas novas bases não se faz da noite para o dia. Há muito por transformar, e esse processo pode, sim, prolongar nossa provação.

Então, o que resta? Para os indiferentes, muito pouco, talvez. Mas para quem o adora, poucas coisas gratificam tanto quanto ver o uniforme azul e branco entrar no gramado do Altos, em tardes ensolaradas que só os Campos de Cima da Serra parecem saber produzir. Teu futebol é a nossa alegria, Glória! Comemoremos cada gol como se fosse uma vitória, e cada vitória como um título, na luta por novas conquistas! Parabéns, querido Leão da Serra!

Os 55 dos 55 (final)

1º) Luiz Carlos Gasperin - 1988-1989


A grande ironia da carreira de Gasperin foi encerrar a carreira no maior rival do Brasil, onde começara. Mas que ironia maravilhosa! Aos 35 anos, o goleiro pensava em pendurar as chuteiras e cuidar da vida em Vacaria. Foi quando recebeu o convite para defender o Leão na Segundona de 1988. Aceitou o desafio e ninguém se arrependeu.

Aliando experiência e segurança, tornou-se a referência na inesquecível campanha que valeu o título da Divisão Especial. Ficou quase 600 minutos sem tomar gol. No jogo que valeu a taça, os 3 a 0 sobre o Ypiranga, defendeu um pênalti ao final da partida. Saiu carregado pela torcida que invadiu o gramado após o apito final.

No ano seguinte, nova missão: garantir a meta na estreia do clube no Gauchão. Gasperin não deixou por menos e novamente foi destaque. Com ele no gol, o Glória conquistou o quarto lugar, feito surpreendente para uma equipe novata. Na noite gelada de 14 de junho de 1989, em Vacaria, no empate em 0 a 0 com o Grêmio, a torcida assistiu à sua despedida não só do clube, mas também da carreira.

Depois disso, dedicou-se à Secretaria de Cultura do município por algum tempo. Mas o futebol falou mais alto e ele começou a carreira de técnico. Dirigiu o Leão em 1991, 1994 e 2003. Não repetiu o sucesso obtido como jogador, mas nem precisava: seu lugar de honra já estava garantido por ser o maior goleiro da história do clube. Foi com essa certeza que se despediu prematuramente da vida em 2010, vitimado pelo câncer.