Lembrar que a antiga Rádio Cidade (que era Esmeralda, virou Cidade e depois voltou a ser Esmeralda) ficava no Centro Liberal me fez recordar que, por vezes, eu assistia ao encerramento da programação e testemunhava o literal “apagar das luzes” da janela do meu quarto. Após o sinal sair do ar, o operador de plantão demorava apenas alguns minutos para desligar a última lâmpada e ir-se embora: o trabalho estava concluído. Passava pouco da meia-noite.
A Rádio Fátima finalizava as transmissões mais cedo, logo
após as 23 horas. Sua despedida era inconfundível: ao som de “Boa noite, meu anjo querido",
na voz da cantora Giane, a emissora da Moreira Paz desejava uma boa noite aos
ouvintes. Depois disso, apenas o ruído da estática disputando o éter com o
sinal fugidio de outra rádio, sabe-se lá de onde. Tempos em que o AM era
soberano – o FM ainda não chegara a Vacaria, parecia coisa de “cidade grande” –
e internet e telefone celular e seus aplicativos soariam como coisas de ficção
científica. Reminiscências radiofônicas do já distante século XX...
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