quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Dez anos sem Gasperin



No próximo dia 26, completam-se dez anos da morte de Luiz Carlos Gasperin. O ex-goleiro acabou vencido por um câncer no sistema digestivo aos 57 anos, boa parte deles dedicados ao futebol. Com passagens por grandes clubes, como Grêmio, Internacional e Cruzeiro, foi, contudo, no Glória que sua trajetória no esporte adquiriu um significado especial.

No começo de 1988, Gasperin, consagrado por uma carreira vitoriosa, aceitou com humildade o convite do Leão da Serra para defendê-lo na Segundona. Mais do que a solução para uma posição em que o clube vinha tendo problemas nos anos anteriores, sua chegada ao Altos representou a qualidade e a experiência – nacional e internacional – que o time não possuía. Com ele e seu discreto carisma no gol, a equipe adquiriu a confiança necessária para crescer e vencer uma competição desgastante em todos os aspectos.

Era o retorno triunfal à mesma Vacaria onde havia crescido e iniciado a carreira, ainda como amador, no Brasil. E com que profissionalismo Gasperin se dedicou ao objetivo! A prova está no vídeo da partida contra o Ypiranga, que selou o título da Divisão Especial: ao final do jogo, com a vitória já garantida, o veterano goleiro foi capaz de defender um pênalti e, com arrojo de principiante, impedir o gol no rebote! Por essas e outras, foi carregado em triunfo pela torcida após o apito final, em uma das mais belas imagens da iconografia gloriana.

Depois de ajudar o Glória na histórica campanha no Gauchão de 1989 (4º lugar), Gasperin pendurou as chuteiras. Foi secretário de Cultura e Desportos do município, mas não ficou longe do futebol por muito tempo: voltou como técnico, tendo treinado o Leão em três ocasiões (1991, 1994 e 2003). Também se dedicou ao comércio, mantendo uma papelaria na Curitiba que escolheu para morar e onde, por fim, faleceu.

O aniversário da morte do grande goleiro remete-nos a sublimes momentos. A evocação de seu nome nos leva a um tempo feliz, em que absolutamente tudo parecia estar ao alcance do Glória, e quando era difícil encontrar um torcedor mais orgulhoso do que o vacariense. Devemos muito disso a Gasperin: atleta, treinador, homem público, empreendedor, pai de família. Um homem de bem. No duro campeonato que é a vida, não há título maior do que ser reconhecido como tal.

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